Fórum de debates Trilhos do Rio

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Adenilson escreveu:Companheiros foristas,

Vejam abaixo o mapa postado pelo Melekh.
Uma coisa me chemou atenção.

É impressão minha ou nesse mapa as variantes antiga e nova da Rio D'ouro estão em ferrovias independentes e sem cruzamentos?

Dá a impressão que o trecho entre Liberdade e Engenho do Mato está vindo da Melhoramentos, enquanto a variante nova, isolada, estaria vindo do trecho proveniente do Cajú.
Isso seria uma boa idéia para eliminar o cruzamento em Del Castilho

Seria um erro do mapa?

Adenilson, eu notei isso e ia comentar quando estivesse com mais tempo. Será que isso explica a manutenção das duas variantes por algum tempo? Uma alimentada pelo Caju e outra pela própria Melhoramentos totalmente segregadas até Eng do Mato? Daí poderia partir a discussão da eliminação da variante antiga, sendo substituida por aquela variante citada de Tomaz Coelho a Eng do Mato que não foi implantada por motivos políticos. Não teria lógica os leitos se separarem em Del Castilho e seguirem quase juntos quase paralelos até Tomaz Coelho. As "forças políticas" citadas poderiam ter a ver com a pressão plea manutenção da parada Capão do Bispo.

Melekh.
No meu depoimento eu disse que a hipótese mais remota seria de ser um bonde com 2 vagões, apesar das aerofotografias terem mostrado comboio de bondes.
A curva ali é muito fechada. Se fosse (r) um bonde com 2 vagões, o que está mais a esquerda teria que estar fazendo uma curva em direção ao fotógrafo.
Infelizmente a falta de resolução não nos permite ver detalhes.

Acho que a estação Pilares, mesmo se essa foto fosse feita 20 anos antes não seria ali, pois impediria o cruzamento do então Caminho dos Pilares com a Estrada de Santa Cruz, pois na época havia passagem de nível com a Melhoramentos, permitindo o tráfego daquele ponto até Inhaúma.
Poderiam também ser 2 bondes, sendo um deles mais em primeiro plano.
Eu falei de uma estrutura provisória, pois não dá para conceber que uma cobertura de estrutura fixa fosse paralela a inclinação da rua, sem o nivelamento do piso.
Imagina o esforço mecânico em uma estrutura inclinada com tensões de peso e de momento (lateral) na direção do caimento?
Uma estrutura plana teria esforço apenas a resultante do peso.
Fazer uma parada assim seria contra as normas de engenharia, sem falar na questão que o Hugo disse sobre a parada dos trens.

Eu parei para olhar a foto com bastante calma e rfleti bastante e comecei a ver algumas coisas diferentes. Tive a impressão de ver o largo à frente do fotografo, um pouco deslocado à esquerda e os 2 carros que seriam de bonde, contornando esse largo para seguir em direção ao fotógrafo. Depois vou tentar montar algumas linhas sobre a foto para tentar passar a minha impressão.

Mudando o assunto e respondendo a sua outra indagação no documento sobre a variante nova, penso o seguinte.
Se a referência fosse (r) exclusivamente a estação, por quê colocar o nome Del Castilho entre parênteses?
A interpretação do texto é dúbil.
Pode estar sendo feita uma referência a parada/estação, mas também ao bairro.

De qualquer forma, a minha ótica deu-se pelo fato de haver a menção da substituição da variante antiga entre Liberdade e Engenho do Mato, mas se a princípio achamos que a variante antiga da Rio D'ouro não tinha uma parada ali, por quê o nome Liberdade é citado?
Fica a pergunta:

1) A referência era o bairro ou localidade?
2) Havia uma parada Liberdade em posiçção diferente da variante nova na variante antiga? .

Para mim, ali no texto se referia à Liberdade estação e Del Castilho bairro.

Itinerário do Bond Pilares em 1951!

PILARES Estação de bondes do Méier - Carolina Méier - Frederico Méier - Lucídio Lago - Arquias Cordeiro - José Bonifácio - Suburbana - Lgo. dos Pilares (NOTA: esta linha recomeça após a cancela, em Álvaro Miranda, Padre Januário - Pça. 24 de Outubro)

Ou seja, em algum momento o bonde deixou de cruzar em nível com a Melhoramentos e passou a trabalhar com linahs separadas. Até o Largo dos Pilares e retornando, e outra do outro lado.

Vamos à minha teoria sobre a foto:

Na aerografia de 1928, nota-se uma marca escura vindo da Abolição, contornando o largo e retornando para a Abolição. Essa marca certamente era da linha de bonde nº 76, cujo itinerário em 1951 era:

LINHA 76 - ENGENHO DE DENTRO
Pça. XV - 1. de Março - Rosário - Visc. Itaboraí - Visc. Inhaúma - Mal. Floriano - Pça. Duque de Caxias - Pres. Vargas (lado par) - Pça. da Bandeira - Pará - Sen. Furtado - Amapá - Gen. Canabarro - S. Francisco Xavier - 24 de Maio - Silva Freire - Souza Barros - Arquias Cordeiro - Dr. Padilha - Oficinas - Abolição - av. 29 de Outubro - Lgo. dos Pilares

Essa linha não aparece nos mapas de 1900, pois deve ter sido implantada depois. São dela os trilhos que aparecem na foto de Malta de 1929, provavelmente das obras de calçamento da Suburbana. A única linha que aparece em 1900 é a nº 86 - Pilares - cujo itinerário postei no post anterior e já existia em 1900.

Partindo desta informação, me posicionei na aerografia de 28 como Malta se posicionou na foto de 29 (datas muito próximas) e imaginei o largo visto da perspectiva dele, inclusive com a casa, a árvore e as duas construções no meio do largo que aparecem tanto na foto quanto na aerografia. O largo se abria para a esquerda. Então, imaginei que o bonde teria passado por Malta, estivesse contornando o Largo (em curva) e em seguida retornaria para passar novamente ao lado do Malta.

A baixa resolução da foto estaria distorcendo um pouco as noções de profundidade. No caso de serem dois carros, as extremidades do bonde estariam mais próximos ao fotógrafo do que a parte central. A marca d'água da foto estragou a área que seria a frente do bonde, o que talvez melhorasse a percepção da foto.

Nas imagens abaixo, tentei indicar isto:

Há lógica?

Dado,


Uma coisa ocorreu, ao Inaugurar a Estação Engenho da Rainha, o Estribo/Parada/Estação foi desativado(a), segundo a reportagem.

Mas, existe aqui um debate sobre a possibilidade de terem existido duas Parada/Estação Engenho do Matto e se assim for, vemos nos dois Mapas abaixo, a localização desta Parada/Estação em locais diferentes, vide:





Aqui coexistindo com Engenho da Rainha, Engenho do Matto, só que entroncando com a Estrada Velha da Pavuna (Estrada Adhemar Bebiano).





Poderia a provável Estação Engenho do Matto na Variante Nova está ainda em funcionamento, já que poderia existir uma para a Variante Antiga e outra para Nova, após a inauguração?

E em se existindo realmente as duas, qual delas está sendo desativada com a inauguração de Engenho da Rainha, as duas?

Sendo uma única Estação Engenho do Matto, ela chegou a atender as Variantes Antiga e Nova simultaneamente?


Complicado....

Adenilson,


Você parabenizou o Dado achando que definitivamente foi resolvido o mistério sobre a função de Engenho da Rainha ter substituído Engenho do Mato, mas veja os questionamentos que coloquei anteriormente na postagem anterior.


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Também já havia comentado sobre o guia Briguiet 1911, parece que ele é um apanhado de vários mapas, ainda que com as informações atualizadas... ou seriam desatualizadas?

Mas, com tudo isso ele é uma ótima fonte, pois ali conseguimos ter certa noção de muitas de nossas dúvidas.

Temos a versão dele mais recente – ano 1929, que já não traz tanta coisa, mas também reza o Ramal de Inhaúma em direção a Engenho de Dentro, muito antes do Ramal das Oficinas em Bitola Larga pela Linha Auxiliar estar em funcionamento.


Em relação a 2 cruzamentos da Rio D'ouro com a Melhoramentos, sendo um no lado superior de Del Castilho, temos um trecho a Rio D'ouro "saindo" do alinhamento na Suburbana, a partir de Del Castilho, onde mostra no Mapa de 1900 ele ocorrendo antes da Estação Del Castilho da E.F. Melhoramentos.





Já no guia Briguiet 1911 ele ocorre depois da Estação Del Castilho da E.F. Melhoramentos. Isso não poderia ser por causa da construção da Variante Nova ou quem sabe por causa do Viaduto de Del Castilho? Ou seria mesmo um erro do mapa?





A respeito de ir até a Igreja de são Benedito em Pilares, farei isso no primeiro momento, pois assim foi em relação à Igreja de São Jorge, no Morro do Engenho da Rainha – (busca infrutífera) – em relação à Estação Terra Nova.

Idéia tirada graças a sua brilhante observação, ainda na foto antiga em preto e branco da Estação, na qual havia um conglomerado de pessoas e que tu comentaste ser um dia de comemoração religiosa. E era: Dia de São Jorge.

Em relação ao bonde eu entendi tudo e te dou razão, ainda mais que o companheiro Hugo complementou com alguns esclarecimentos.

Eu só comentei pois me pareceu que a imagem (bonde) estava em linha reta, inclusive fechando a passagem da antiga Estrada da Praia de Inhaúma (Caminho dos Pilares/Álvaro de Miranda) hoje, Alfredo de Souza Mendes, quanto nome já teve essa rua... e no entanto era ali que ele entrava rumo a Inhaúma.


Agora para todos aqui é questão de honra desenterrar essa Estação de Pilares.
Ela é que não vai ficar dando um nó na nossa cabeça, rsss...

Por fim, Del Castilho ou Liberdade temos plantas e até uma foto, mas Venda Grande, Praia Formosa, Bemfica entre outra, nada!
Mas isso é assunto para a Linha Troco no outro Tópico.



Abraços a todos.

Amaral,


Suas observações são pertinentes e a marca d’água atrapalhou muito, sua pesquisa sobre as linhas de bonde somou bastante.

Agora seja bonde ou seja o que for, temos que buscar fotos nos documentos antigos da Estação Pilares e acredito que ela esta lá escondida em algum lugar dos arquivos.

No mais, entendi o esquema que você postou e pode ser isso mesmo.

Abração!

As pesquisas continuam, claro !
Mas vou explicitar uma dificuldade imensa que está ocorrendo, pelo menos comigo: a nomenclatura das estações da EFRdO !

Parece estranho mas vou explicar:

Durante as pesquisas, procuro especificar um nome de estação desta ferrovia, ou de maneira genérica, o nome próprio da ferrovia, o que gera resultados mais abrangentes, e que por um acaso gera resultados falando sobre determinadas estações.

Mas vejam se eu tento procurar sobre nomes exatos de estações, o que acontece, mesmo se eu refinar as pesquisas:

ENGENHO DO MATTO: aparecem como resultado "Engenho Novo", "Engenho de Dentro", "Matto Grosso" etc etc;
PILARES: resultados como as frases "Os pilares da nova edificação são firmes e sólidos ...", ou ainda, "foram removidos os últimos pilares da ponte que ruiu durante as chuvas" etc etc
VENDA GRANDE: essa é de matar, pois 99% dos resultados relacionam a seguinte frase "encontra-se à venda grande quantidade de produtos" etc etc
PRAIA PEQUENA: genérico demais, toda vez que se fala sobre uma pequena extensão de areia em um balneário fala-se que a praia é pequena
LIBERDADE: em tempos de escravidão e trabalhos sem muito controle, esta palavra surge toda hora, mas nada relativa á estação.
TRIAGEM: distinção de materiais, e até de minerais durante garimpos. É a ocorrência que mais ocorre durante as pesquisas (não é da EFRdO, mas de repente foi utilizada por esta)

Enfim, até nisso a EFRdO dificulta as pesquisas: os nomes das paradas e estações são genéricos demais !

Já consegui algumas coisas acrescentando o palavra "estação" ou "parada" junto com os termos, mas não ajuda muito ...

Dado,


Eu entendi, é por isso que as minhas pesquisas tem sido demoradas, pois eu também tentei fazer o que voce disse.
Eu tive até alguam sorte, mas na maioria não dá em nada.

Logo, o que estou fazendo é abrir exemplar por exemplar de cada publicação: Por exemplo: O Malho Ano 1928.
Abro todas as edições do Ano, vendo pagina por pagina, mas é muito trabalhoso e cansativo, além de demorar abrir pois os arquivos são pesados.

Porém foi assim que consegui esse número considerável de Estações que postei, cito aqui a misteriosa Maria da Graça.

Não podemos desistir, ainda mais que esses arquivos nos são dados de graça.


Em Tempo: Muitas imagens aqui postadas em ANEXO, demoram a abrir e muitas vezes quando são colocadas como CITAR, não aparecem.

Não seria melhor salvar as imagens e depois postá-las?

O Forum está bombando...

É gente, decerto é muito trabalhoso e como disse, o tempo parece c urto, mas tem que ser assim, né? Já pensou que de repente aparece a -ou uma- estação Eng. do Mato? Caras, vcs não sabem como estou espremendo a minha memoria pra relembrar a linha da Rio douro, no trecho de Vicente de Carvalho até inhauma... era coisa que a gente (meus pais e meus irmãos) fazia quase todos os meses, pra visitar a tida em del castilho (as demais vezes íamos de trem- da auxiliar)... Lembro que depois de Eng da Rainha, lembro da estação , tal como na foto, só mais arrumadinha... depois a linha sobe um pouquinho, uma reta longa e numa garganta ela passa no fundo de uma grota e a rodovia sobe... a linha dava uma curva brusca para a esquerda e a rodovia dava uma curva mais suave... aí eu paro , pois parece que é onde havia a bifurcação rodoviaria para Tomaz Coelho ...aí é que estou tentando relembrar... o que tinha ali... parece que era um morro à esquerda depois da linha... memoriamente estou parado nesse ponto... Por isso torço para aparecer uma foto.

Pessoal, desculpe se pareceu um desabafo ou indignação o que comentei mais acima.
Nada a ver, foi só comentário mesmo. E todo esse trabalho faz nossas pesquisas e descobertas ficarem mais ricas e emocionantes.
Vamos que vamos !

Sobre Engenho do Matto, acho que o Adenilson especulou mais ou menos isso, não sei, mas vou dizer o que estou acreditando que possa ter ocorrido, cronologicamente:

1-Inaugurada a linha original, Engenho do Matto é construída, em 1891, não é isso ? Um prédio de madeira com telhas. Nessa época com certeza não existia a variante via Inhaúma, então havia apenas uma estação;
2-Antes de 1898, é criada uma variante, partindo do Engenho de Dentro e seguindo até Inhaúma e cruzando com a EFRdO na Av.suburbana. Esta variante é criada devido ao abastecimento de água, que chegava na ocasião à Inhaúma;
3-Posteriormente, em 1898, a linha é prolongada de Inhaúma até Vicente de Carvalho e até Venda Grande. Inhaúma e Liberdade são inauguradas neste ano.
4-A linha original e a variante convivem juntas, se encontrando antes de Liberdade e em Engenho do Matto, que só atendia a linha original
5-Por algum motivo, provavelmente pelos diversos cruzamentos com a EF Melhoramentos, erradica-se a linha original, no começo do século ou até 1910, 1915 ...
6-Como havia uma ligação com as oficinas do Engenho de dentro, mantem-se a linha original até José dos Reis/Henrique Scheid. Parte da linha depois destas estações fica abandonada, por isso ainda aparece em mapas antigos ...
7-Como ficou uma distância considerável entre Inhaúma e Vicente de Carvalho, é improvisada uma parada ou estribo em Engenho do Matto, pois a antiga estação ficou isolada. Este estribo atende apenas a variante via Inhaúma, e sendo assim os dois prédios permanecem, mas apenas o estribo servindo à ferrovia.
8-Com a inauguração de Engenho da Rainha, Engenho do Matto tem seu funcionamento interrompido e conseqüentemente foi demolida. Mas o prédio de madeira, isolado da linha, permaneceu pelo menos até 1952, ano em que ele ainda é citado em notícias e documentos ... provavelmente foi demolido pouco tempo depois ... informação a se confirmar.
O que acham ?