E.F.Rio D'ouro-Linha tronco

[HUGO CARAMURU]

Rapaz, como a história tem histórias...
E´, dá pra perceber que era uma lugar "longíquo" na época.

[Francisco Amaral]

Saudações. Tenho estado sumido, mas sempre leio os posts.

Pela posição da Parada de Venda Grande no mapa, ela ficaria onde hoje é a LBV, respeitados os possíveis alargamentos a Estrada de Santa Cruz, sendo que como daquele lado é um morro, acredito ser pouco provável o alargamento daquele lado, sendo mais provável do outro lado.

De qualquer forma, o que eu queria citar é que onde hoje fica a LBV, a aproximadamente entre 15 e 20 anos atrás, ali existiam 2 lotes, um de esquina com a Rua ao lado, onde ficava um bar na frente e uma casa atrás, de propriedade de meus tios avós, cujo filho é meu padrinho. E no outro lote ao lado, o terreno era baldio, com mato alto.
Será que o fato do terreno não possuir nenhuma construção, denotaria que o terreno podia ser de propriedade originalmente da EF Rio d'Ouro e por isso ter ficado vazio?

[Adenilson]

Dado. Muito obrigado pelas palavras.

Na realidade cometi algumas falhas e omissões na descrição, mas tentei usar uma linguagem clara e resumida.

Dado e Hugo.

As principais coisas que gostaria de acrescentar e/ou corrigir são as seguintes:

O trecho entre São Francisco Xavier (E.F.Norte) e Piabetá foi inaugurado em 1886 ou 1887.
Sendo assim, quando a Rio D'ouro foi inaugurada para a construção da adutora, não havia nenhuma ferrovia em seu caminho para cruzamentos.
Somente a linha do centro da E.F.C.B. era mais antiga. (isso claro, em termos da nossa capital e não considerando o trecho entre Guia de Pacobaíba e Vila Inhomirim).
Apenas em pouco mais de 1 ano depois de inaugurado o serviço de passageiros da Rio D'ouro foi que houve o cruzamento com a E.F.Norte na altura de Benfica, não esquecendo que a partir de 1890, também houve o cruzamento em um segundo ponto na Penha entre a E.F.Norte e ramal de Maria Angú.
Fica aqui esse acréscimo de informação quando disse que a Rio D'ouro "cruzava" com a E.F.Norte no primeiro parágrafo na minha descrição de ontem em azul. Isso foi a partir de 1886 ou 1887.
Antes disso, a Rio D'ouro seguia soberana e sem cruzamentos.

Outra coisa a acrescentar foi quando coloquei entre parêntes o nome de Henrique Scheid como mais moderno, me referi ao nome mesmo e não à edificação.
Pelo mapa postado pelo Dado de 1900 o local denominado José dos Reis seria chamado depois de Henrique Scheid, pois tempos depois seria aberta ali a rua com esse nome.
O guia Briguiet mostra Henrique Scheid e José dos Reis juntas, sendo que no caso desse mapa especificamente, José dos Reis está nas esquinas da rua homônima e Estrada de S.Cruz.

Em função da proximidade entre ambas e do acúmulo de informações do guia briguiet, ou seja, juntado no mesmo mapa o que já não existia mais com logradouros e construções mais novas, é que ainda não conseguimos descobrir se uma estação substituiu a outra ou se coexistiram, porém com uma delas não atendendo à passageiros.

[Adenilson]

Hugo. O Dado esteve no local e acho que foi antes mesmo de nos conhecermos. Ele entrevistou as pessoas lá e as mesmas juraram que a casa não era a estação, mas teria pertencido à ferrovia.
O Dado também tinha conseguindo a data de inauguração da estação Engenho do Mato e a mesma divergia do dístico na casa, mas a divergência era pequena.

Por outro lado essa casa está exatamente no mesmo lugar que mostram os mapas com E.Mato, uma vez que o raio da curva do metrô é bem maior.
Na época da Rio D'ouro, o trecho seguia reto onde hoje no metrô já se iniciava a curva e apenas na "altura" daquela casa, descrevia uma curva mais fechada.
Outra coisa estranha é a distância entre a janela e o telhado.
Normalmente as estações antigas eram construídas de tal forma que o telhado continuava a sua projeção além do normal e devido ao peso em balanço, eram instaladas "mãos francesas" para a sustentação.
Se a janela fosse mais alta, a sua parte superior estaria "coberta" por uma possível telha apoiada em mão francesa.
Ao vê-la assim do jeito que está hoje, com a telha "curtinha", ma parece um espaço estranho entre a janela e a parte superior da casa.
Repare também que há irregularidades na pintura onde deveria haver a tal mão francesa.

O tamanho da casa me parece compatível com de uma estação antiga, mas se foi a mesma, deve ter sido modificada a ponto de descaracteriza-la em relação ao prédio original.

Fica aqui o mistério.

Entendi e mais uma vez digo: estou maravilhado com a seriedade historica do trabalho deste site.
Quanto esta casa da foto ser Eng. do Mato, me dá duas impressões: está meio grande pra uma ferrovia meio pequena: mas o distico da data, parece... teria que ver em fotos outras estações e ver se há um igual... a data é bem coincidente... Engraçado que lembro muito do bonde "Eng.do Mato" e ainda pré-adolescente de 14 anos, confundia Os engenhos do mato, novo, de dentro e da rainha...
.

[Adenilson]

Amaral, beleza?
Foi bom você ter tocado nesse assunto, pois a minha resposta para você também serve para o Dado.
Não interpretei a construção que fica no lado da calçada da LBV como a parada Venda Grande. Para mim, a parada ficava exatamente onde há a letra "V" de Venda Grande no mapa de 1900.
Aquela construção deve ser algo vultuoso na localidade, mas não a parada. Vejam que a construção que é a sede da fazenda também está representada.
Naquele ponto tudo indica que a ferrovia seguia quase a direita da então estrada de Santa Cruz.
O que parece na minha opinião é que essa parada ficava onde hoje há uma rua que não existia na época chamada Rua Tamiarana indo até a esquina da outrora Estrada Velha da Pavuna e na época da parada, um simples caminho dentro da fazenda.

Saudações. Tenho estado sumido, mas sempre leio os posts.

Pela posição da Parada de Venda Grande no mapa, ela ficaria onde hoje é a LBV, respeitados os possíveis alargamentos a Estrada de Santa Cruz, sendo que como daquele lado é um morro, acredito ser pouco provável o alargamento daquele lado, sendo mais provável do outro lado.

De qualquer forma, o que eu queria citar é que onde hoje fica a LBV, a aproximadamente entre 15 e 20 anos atrás, ali existiam 2 lotes, um de esquina com a Rua ao lado, onde ficava um bar na frente e uma casa atrás, de propriedade de meus tios avós, cujo filho é meu padrinho. E no outro lote ao lado, o terreno era baldio, com mato alto.
Será que o fato do terreno não possuir nenhuma construção, denotaria que o terreno podia ser de propriedade originalmente da EF Rio d'Ouro e por isso ter ficado vazio?

[DadoDJ]

As pesquisas continuam !
E as descobertas também ...


Abaixo, um trecho (que emendei, pois o texto estava em duas páginas) da Revista de Engenharia, no ano de 1886, falando sobre doação de terreno/casa para o funcionamento da estação José dos Reis.
Notar que, apesar do tráfego de passageiros ter se iniciado em 1883, em 1886 a estação José dos Reis ainda não existia, e o propósito da sua criação seria para auxiliar na manutenção do abastecimento de água. Ou seria apenas uma das funções, talvez ...
Vejam a imagem:

Doação de casa para a construção da estação José dos Reis (EFRdO) - Revista de Engenharia Edição 00140 Ano de 1886.png

[DadoDJ]

Adenilson, acho que você tem razão em relação à Fazenda Grande, pois a linha seguia pelo lado direito da "Av.Suburbana" por todo este trecho.
Mas o que será aquela instalação desenhada neste mapa (e em mais alguns), do outro lado da via ? Será da adutora ? Acho que o Melekh já fotografou esta construção, só temos que conferir se a posição é a mesma do mapa de 1900.
Hugo, o mapa de 1900 da Biblioteca Nacional é exatamente este que nós postamos. Eu o vi no AGCRJ, e se não me engano, este e outro que vi lá foram os únicos que indicavam as estações do trecho Del Castilho-Engenho do Matto. Aliás, no outro mapa que vi este trecho, ele estava "interrompido" (não desenhado) após José dos Reis, não chegando nem a Pilares. Só não me lembro o ano do mapa agora, mas já tinha a linha via Inhaúma desenhada nele ...

[Beatriz]

Nossa gente eu morei 13 anos em Inhaúma e nunca soube que lá havia uma estação ferroviária, inclusive já passei na frente deste predio citado e nunca parei para pensar. Só quando vim aqui para Anchieta que descobri que alguns trechos do metro seguem o traçado da Rio D'ouro.

Meus pais moravam em Acari e eles ainda se lembram que quando iam para escola tinham que atravesar a linha férrea.

Seus pais poderiam fornecer informações sobre a ferrovia ! ! !

Oi Dado, falei com minha mãe. Ela nasceu em 1960 disse que se lembra da existencia de uma casinha (possivel estação) em Acari. Ela se lembra dos trilhos por volta 1968 mais ou menos, quando a ferrovia já era extinta. Infelismente minha avó que morou quase sua vida inteira lá já se foi.. ela poderia nos dar informações importantes.
Mostrei para ela uma foto da torre de Pavuna e ela disse que esta torre permaneceu por bastente tempo até a contrução do metrô quando foi demolida.

[DadoDJ]

Show, Beatriz !
Parabéns ! Informações valiosíssimas !

[DadoDJ]

Informação interessante:

Henrique Scheid foi chefe de tráfego da EF Rio d'Ouro !