Dado e também demais foristas.
Li atentamente o seu (Dado) post assim que cheguei de viagem ontem a noite.
Realmente você estava com muita coisa a dizer.
Vamos lá!
Antes abrindo um parênteses: Espero que vc tenha ido muito bem nas provas e que esteja tudo ótimo com a sua esposa. Não deu tempo para desejar-lhe boa sorte de novo, pois eu acessava a internet muito raramente quando estava em Joinville.
Respondendo e opinando sobre os questionamentos.
Antes de responder, eu pesquisei documentos, inclusive postados no TGVBR pelo Dado.
1) Continuo achando que as composições acima do viaduto de Manguinhos não são de cunho ferroviário. Em uma foto que vi no AN, tal viaduto faz uma curva de 90º, semelhante a do viaduto da Rua Santos Mello em São Francisco Xavier.
Seria impossível uma composição ferroviária poder realizar tal curva. Acho que são carros comuns para obra construídos na época, a não ser que fosse um mini trilho fora das bitolas normais para esses carros da obra.
Uma das fotos mencionava a demolição do viaduto para o acréscimo de linhas nos anos 50. Acho que a eletrificação veio apenas na década seguinte, juntamente com o alargamento da bitola na metade dos anos 60, mas não estou 100% certo dessa última etapa.
2) Dado. Eu reli documentos sobre as paradas da Rio D'ouro e havia a menção da Rua Bella, Benfica e depois Praia Pequena, dando a impressão a princípio que essa Benfica era de fato a parada Alegria. Se lembra daquela estória das permutas dos nomes?
3) Sobre a altitude das aerofotografias, acho que já comuniquei aos amigos que eu faço o corte e a ampliação da foto aqui em casa dependendo do "objeto" a ser procurado e/ou averigüado. A foto originalmente é em tom amarelo e julguei em algumas que o tom de cinza
fosse melhor para o contraste. Por isso há postagens das 2 formas.
Dependendo da ampliação e após a superposição com o Google, este poderá "informar' alturas diferentes como 300, 500 ou 1000 metros.
Para vocês terem uma idéia, originalmente a escala da planta é 1/2000. A partir daí dá para calcular a altura das aerofotografias.
O tamanho original do arquivo chega até 15 MBA e por isso estou editando o tamanho das fotos, pois seria impossível postar as fotos originais aqui e ler o conteúdo dos posts a contento.
Concordo com o Dado quando ele especulou que há um mosaico de fotos menores. Com certeza houve, mas a montagem foi feita em estúdio, pois o fotógrafo deve ter batido as fotos com muitas áreas comuns para a partir daí, fosse estabelecido uma linha de corte ideal.
Em compensação, tenho quase certeza que a foto foi batida de um avião. No rodapé da planta, além da escala 1/2000 e da data Dezembro/1928, está escrito: "The Aircraft Operating Co Ltda" e depois Londres, Rio de Janeiro, Bulawayd e Cairo. Imagino que o que eu coloquei entre
aspas seja o nome da empresa, porém Aircraft em inglês significa aeronave, o que não teria muito sentido no caso de um balão e as 4 cidades deveriam ser as que a empresa estaria prestando o serviço naquele momento.
4) Acho que tal mosaico não seria o responsável pela posição dos comboios em tempos diferentes, talvez, no máximo, os que estejam na mesma linha, mas não os que estão "cruzando" um pelo outro.
5) Sobre o fato da linha de bonde não ter espaço junto com a ferrovia, eu "levantei essa bola" aqui, pois a superposição do Dado mostrou que a "Suburbana" possuia a largura de 3 faixas, diferente portanto das 4 faixas atuais e mais o canteiro central.
Não li esse documento sobre o pedido de aumento dos trens, mas os documentos que li "sugerem" que em 1912 havia tráfego da Rio D'ouro saindo do Cajú, mas também de Alfredo Maia em caráter experimental.
Em 1913, atendendo às solicitações das diversas comunidades, a Rio D'ouro passaria a ter os trens saindo de Alfredo Maia em definitivo. Isso não está escrito com todas as palavras, mas é o que parece!
Imagino que o tal projeto da light visava a implementação do sistema de bondes e por conseqüência a erradicação dos trilhos da Rio D'ouro, caso ainda estivesse em uso.
Não devemos esquecer que o atual cais do porto é de 1910 e que seria possível substituir o porto do Cajú pelas linhas de Marítima, atingindo Praia Formosa com os trens da Rio D'ouro, se objetivo fosse exclusivamente cargas.
Vamos tentar ver documentos que estejam com todas as palavras, citando a erradicação dos trilhos da Rio D'ouro nesse trecho (Cajú-Liberdade).
6) Sobre o trajeto da Rio D'ouro, alguns mapas da SMU, mostram o traçado como da E.F.Rio D'ouro. Alguns relatórios que eu li também descrevem o trajeto da Rio D'ouro acompanhando a Estrada de Santa Cruz na época.
7) Finalizando o mistério da possível parada Benfica, realmente o Dado pode ter razão. A mancha projetada para baixo tem forma de "coluna" de cobertura.
O problema é que tal objeto seja um vagão ou não está parado exatamente no mesmo local onde era para estar a Parada Benfica. Outra coisa estranha seria um vagão parado ali no meio da linha, já com tráfego intenso da E.F.Norte.
Penso o seguinte: Se tal sombra for (sse) mesmo a parada, ele pareceria menor que a edificação que aparece na aerofotografia de 1928, ou não?
Para dirimir isso, teríamos que obter essa foto a cores com melhor resolução e/ou conseguir obter a informação de que lado da linha (E.F.Norte) estaria a Parada.
8) Concluindo com a minha opinião. Se a parada Benfica fosse mesmo do lado direito da E.F.Norte (sentido Amorim), ela pode ter sido demolida no ato de duplicação dessa ferrovia, uma vez que o seu lugar seria ocupado pela nova linha.
Se a linha acrescentada fosse a do lado oposto a da Parada Benfica, esta poderia ter "sobrevivido" mais tempo.