E.F. Leopoldina - Ramal do Matadouro da Penha
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E.F. Leopoldina - Ramal do Matadouro da Penha
O Ramal do Matadouro
No final do século XIX, o Rio possuía apenas um matadouro oficial, que tinha o privilégio do abate e ficava em Santa Cruz. A carne era encaminhada por trens da Estrada de Ferro D. Pedro II para o Frigorífico de São Diogo, que ficava na região da atual Presidente Vargas. De lá, então, a carne seguia em carroças para os açougues cariocas e muitas vezes não chegava nem a abastecer a Leopoldina.
Custódio Nunes, um comerciante leopoldinense, conseguiu da prefeitura, em 1892, a permissão de abater seis cabeças de boi por semana para o seu açougue. Alugou um pequeno terreno dentro da Fazendinha da Penha, criou uma área para o pasto, levantou um galpão e começou a fornecer carne par a região com regularidade. A permissão temporária se estendeu e o número de cabeças de gado foi aumentando assim como a frota de carroças. Com a expansão dos negócios, Custódio Nunes pôde comprar terras da Fazenda Grande da Penha. A área destinada ao campo de boiada ficou tão grande que passou a ser chamada de a Invernada de Olaria (mais tarde, entre as décadas de 1960 e 1970, o local passaria a ser associado às páginas policiais).
Em 1902, então, Custódio Nunes convidou para sócio um dos chefes do Frigorífico São Diogo, Quincas Leandro. Ambos ficaram ricos e aplicaram a fortuna na compra de grandes terrenos por lá. Quando Custódio morreu, em 1916, Quincas admitiu como sócio o capitão Goulart e criaram a Irmãos Goulart S.A. Na época, havia o Irmão Goulart Futebol Clube, time dos funcionários do matadouro, que jogava aos sábados com outros olarienses. O campo ficava num terreno da Bariri, rua que, depois, abrigaria a sede do mais famoso clube da Leopoldina: o Olaria Atlético Clube, cujo terreno foi doado por Dona Noemia Nunes, filha de Custódio.
O matadouro da Penha, ficava atrás do antigo Discão, depois Paes Mendonça e hoje Extra, a praça que fica mais ou menos no local do assassinato leva o nome da menina morta, Taninha.
Mapa do Ramal.
Saída do Ramal.
O grande descampado a esquerda do centro é do Matadouro da Penha.
O gado era desembarcado dos trens e ficava por lá até ser abatido.
No centro do conjunto a escola Pres. Eurico Dutra.
Chegada de gado para o matadouro da Penha.
Continua...
No final do século XIX, o Rio possuía apenas um matadouro oficial, que tinha o privilégio do abate e ficava em Santa Cruz. A carne era encaminhada por trens da Estrada de Ferro D. Pedro II para o Frigorífico de São Diogo, que ficava na região da atual Presidente Vargas. De lá, então, a carne seguia em carroças para os açougues cariocas e muitas vezes não chegava nem a abastecer a Leopoldina.
Custódio Nunes, um comerciante leopoldinense, conseguiu da prefeitura, em 1892, a permissão de abater seis cabeças de boi por semana para o seu açougue. Alugou um pequeno terreno dentro da Fazendinha da Penha, criou uma área para o pasto, levantou um galpão e começou a fornecer carne par a região com regularidade. A permissão temporária se estendeu e o número de cabeças de gado foi aumentando assim como a frota de carroças. Com a expansão dos negócios, Custódio Nunes pôde comprar terras da Fazenda Grande da Penha. A área destinada ao campo de boiada ficou tão grande que passou a ser chamada de a Invernada de Olaria (mais tarde, entre as décadas de 1960 e 1970, o local passaria a ser associado às páginas policiais).
Em 1902, então, Custódio Nunes convidou para sócio um dos chefes do Frigorífico São Diogo, Quincas Leandro. Ambos ficaram ricos e aplicaram a fortuna na compra de grandes terrenos por lá. Quando Custódio morreu, em 1916, Quincas admitiu como sócio o capitão Goulart e criaram a Irmãos Goulart S.A. Na época, havia o Irmão Goulart Futebol Clube, time dos funcionários do matadouro, que jogava aos sábados com outros olarienses. O campo ficava num terreno da Bariri, rua que, depois, abrigaria a sede do mais famoso clube da Leopoldina: o Olaria Atlético Clube, cujo terreno foi doado por Dona Noemia Nunes, filha de Custódio.
O matadouro da Penha, ficava atrás do antigo Discão, depois Paes Mendonça e hoje Extra, a praça que fica mais ou menos no local do assassinato leva o nome da menina morta, Taninha.
Mapa do Ramal.
Saída do Ramal.
O grande descampado a esquerda do centro é do Matadouro da Penha.
O gado era desembarcado dos trens e ficava por lá até ser abatido.
No centro do conjunto a escola Pres. Eurico Dutra.
Chegada de gado para o matadouro da Penha.
Continua...
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Re: E.F. Leopoldina - Ramal do Matadouro da Penha
Melekh grande postagem. Mais do que a área do ramal de Maria Angu, aí eu nasci e vivi toda a minha vida até o ano passado.
Discordo em alguns metros do traçado do ramal que vc postou. Na imagem que vc coloca a saída do ramal, ela era um pouco mais a frente, contornando a curva que o muro faz ali mais a frente. o ramal descia no terreno onde hoje fica aquele edifício grande, o famoso Xuxão (a Xuxa fez o comercial de lançamento do empreendimento lá por meados da década de 80). Em seguida ele cruzava a rua pela lateral da casa de 1929 (Vila Ennes, passando pelo terreno da antiga Sendas, hoje Extra.
Daí em diante ele seguia paralelo a Rua Bariri pelo meio do quateirão entre esta e a hoje Prof Plínio Bastos, que na época não existia. Lembrando que o Estádio do Olaria ficava invertido (90º), ocupando apenas metade do terreno atual, conforme pode ser visto na foto aérea.
Depois ele seguia paralelo à aquela vila que vc mostrou, por onde hoje ficam as casas do seu lado direito e eindo terminar lá no galpão azul das fotos, na Cmte Vergueiro da Cruz.
Meu pai ainda viu trilhos desse ramal, lá pela metade/final da década de 60. O loteamento dessa área é dessa época, final dos anos 60. NA vila onde morei 30 anos, existem 2 pedaços de trilhos fincado em uma calçada, provavelmente retirados deste ramal.
Discordo em alguns metros do traçado do ramal que vc postou. Na imagem que vc coloca a saída do ramal, ela era um pouco mais a frente, contornando a curva que o muro faz ali mais a frente. o ramal descia no terreno onde hoje fica aquele edifício grande, o famoso Xuxão (a Xuxa fez o comercial de lançamento do empreendimento lá por meados da década de 80). Em seguida ele cruzava a rua pela lateral da casa de 1929 (Vila Ennes, passando pelo terreno da antiga Sendas, hoje Extra.
Daí em diante ele seguia paralelo a Rua Bariri pelo meio do quateirão entre esta e a hoje Prof Plínio Bastos, que na época não existia. Lembrando que o Estádio do Olaria ficava invertido (90º), ocupando apenas metade do terreno atual, conforme pode ser visto na foto aérea.
Depois ele seguia paralelo à aquela vila que vc mostrou, por onde hoje ficam as casas do seu lado direito e eindo terminar lá no galpão azul das fotos, na Cmte Vergueiro da Cruz.
Meu pai ainda viu trilhos desse ramal, lá pela metade/final da década de 60. O loteamento dessa área é dessa época, final dos anos 60. NA vila onde morei 30 anos, existem 2 pedaços de trilhos fincado em uma calçada, provavelmente retirados deste ramal.
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- Usuário Diamante
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Re: E.F. Leopoldina - Ramal do Matadouro da Penha
Grande Amaral,
Obrigado pelo reconhecimento.
Acredito que essa postagem deve ter causado nostalgia.
O passado também nos trás recordações boas.
Eu acredito que eu tenha errado em alguma parte do traçado, a saída do ramal, me foi informada pelo morado da área que fez questão de ir comigo me mostrar a saída, mas eu não conheço bem essa área e que tal, se você puder, fazer um esbouço do traçado?
Sobre terminar lá no galpão azul das fotos, na Cmte Vergueiro da Cruz, eu recebi esta informação também, só que no mapa que eu postei, o fim do ramal dava naquela escola da foto.
fiz contato com uma senhora, que mora em uma casa, já no final do ramal, ela é costureira, tem uns 76 anos e mora ali desde nova, quando veio de Portugal. Ela ficou de me conseguir alguma coisa sobre o ramal; porem não estou achando onde guardei o telefone dela.
Bem, coloco a reportagem do caso da Fera da Penha, onde no local do Matadouro, fora morta a menina Taninha.
pg
Abraços.
Obrigado pelo reconhecimento.
Acredito que essa postagem deve ter causado nostalgia.
O passado também nos trás recordações boas.
Eu acredito que eu tenha errado em alguma parte do traçado, a saída do ramal, me foi informada pelo morado da área que fez questão de ir comigo me mostrar a saída, mas eu não conheço bem essa área e que tal, se você puder, fazer um esbouço do traçado?
Sobre terminar lá no galpão azul das fotos, na Cmte Vergueiro da Cruz, eu recebi esta informação também, só que no mapa que eu postei, o fim do ramal dava naquela escola da foto.
fiz contato com uma senhora, que mora em uma casa, já no final do ramal, ela é costureira, tem uns 76 anos e mora ali desde nova, quando veio de Portugal. Ela ficou de me conseguir alguma coisa sobre o ramal; porem não estou achando onde guardei o telefone dela.
Bem, coloco a reportagem do caso da Fera da Penha, onde no local do Matadouro, fora morta a menina Taninha.
pg
Abraços.
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Re: E.F. Leopoldina - Ramal do Matadouro da Penha
Vou tentar fazer um esboço em mapa, só que ando meio enrrolado nesses dias e não sei quando conseguirei.
Estudei na escola citada por vc até a 4ª série do primário, EM Miguel Couto. O ramal realmente descia ali próximo ao portão latreral da escola, mas eu acredito que fosse rente ao seu muro, no terreno do lado onde há um ferro velho e uma loja de ferragens.
Realmente no mapa que vc postou o ramal terminava por ali, mas acho meio ilógico ele terminar tão longe das edificações do matadouro. Se servisse apenas para descarga de carga viva, pode até ser, mas será que não serviria também para carga de carga morta? Nesse caso estaria meio longe.
E outro detalhe: o "dente" que vc fez na foto aérea do matadouro com linha verde florescente não era área do matadouro, era o Estádio do Olaria, mas em sentido inverso do atual (90º).
Estudei na escola citada por vc até a 4ª série do primário, EM Miguel Couto. O ramal realmente descia ali próximo ao portão latreral da escola, mas eu acredito que fosse rente ao seu muro, no terreno do lado onde há um ferro velho e uma loja de ferragens.
Realmente no mapa que vc postou o ramal terminava por ali, mas acho meio ilógico ele terminar tão longe das edificações do matadouro. Se servisse apenas para descarga de carga viva, pode até ser, mas será que não serviria também para carga de carga morta? Nesse caso estaria meio longe.
E outro detalhe: o "dente" que vc fez na foto aérea do matadouro com linha verde florescente não era área do matadouro, era o Estádio do Olaria, mas em sentido inverso do atual (90º).
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Re: E.F. Leopoldina - Ramal do Matadouro da Penha
Comparando esse mapa com a imagem do Google Earth, me pareceu que o trecho entre a Rua Bariri e a atual Prof Plínio Bastos está fora de escala, muito estreito em relação ao que é na verdade.
Por outro lado, no quarteirão entre as ruas Filomena Nunes e Bariri, existe uma "cicatriz" bem parecida com o que seria o leito do ramal, terminando na mesma altura onde ele termina no mapa, quase na Rua Carlina. Existe alguma possibilidade disso? Vejam aqui:
- DadoDJ
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Re: E.F. Leopoldina - Ramal do Matadouro da Penha
Hum ...
Curiosamente eu achava que o traçado da ferrovia tinha sido nesta cicatiz apontada por você, abpinna.
A possiblidade existe, claro !
E achei bem legal o modo como vc destacou na imagem de satélite. Dá pra perceber direitinho o que você quis dizer.
Legal !
Curiosamente eu achava que o traçado da ferrovia tinha sido nesta cicatiz apontada por você, abpinna.
A possiblidade existe, claro !
E achei bem legal o modo como vc destacou na imagem de satélite. Dá pra perceber direitinho o que você quis dizer.
Legal !
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Re: E.F. Leopoldina - Ramal do Matadouro da Penha
Obrigado.
Você sabe até que ano o ramal existiu? Talvez meu pai lembre de alguma coisa, pois sempre morou nessa área de Olaria. Vou perguntar.
Você sabe até que ano o ramal existiu? Talvez meu pai lembre de alguma coisa, pois sempre morou nessa área de Olaria. Vou perguntar.
- DadoDJ
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Re: E.F. Leopoldina - Ramal do Matadouro da Penha
Mapa, infelizmente em baixa resolução, mostrando a linha do ramal do Matadouro da Penha.
Devido à baixa resolução, não sei identificar nem de que ano é este mapa. Mas cabe a nós dar um pulo lá tentar obter uma cópia para nossas pesquisas:
Fonte: AGCRJ
Devido à baixa resolução, não sei identificar nem de que ano é este mapa. Mas cabe a nós dar um pulo lá tentar obter uma cópia para nossas pesquisas:
Fonte: AGCRJ
Você não está autorizado a ver ou baixar esse anexo.