Rio - Os profissionais da empresa de transportes públicos coletivos de Lisboa (Portugal), Carris, apontaram diversas falhas em toda a via terrestre e aérea dos bondes de Santa Teresa nesta sexta-feira. Entre os problemas encontrados pelos engenheiros estão trilhos irregulares, muretas inacabadas, curvas apertadas, ruas estreitas, altura inadequada da via aérea em alguns trechos e problemas nas garagens.O funcionamento dos bondes está paralisado desde o acidente do dia 27 de agosto.
A Carris é uma empresa pública de Portugal que conta com um sistema operante em Lisboa bem semelhante ao da topografia de Santa Teresa, com inclinações acentuadas e curvas. Lá, trabalham com três tipos de bonde: tradicionais, modernos e tradicionais modernizados.
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Engenheiros da Carris apontaram falhas no sistema dos bondes de Santa Teresa | Foto: Banco de imagens
Esta cooperação técnica com o governo do Rio, segundo o presidente da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), Eduardo Macedo, é parte das ações que vêm sendo implementadas pelo governo estadual visando recuperar todo o sistema de bondes de Santa Teresa.
A equipe portuguesa formada pelos engenheiros Antônio Martins Marques, diretor da Carris, Felipe Fraga, responsável pela manutenção dos bondes em Lisboa, e Sardinha Gomes, da área de via permanente (trilhos), iniciou a visita pela sala de controle da Estação Carioca.
No local, acompanhados pelo presidente da Central, Eduardo Macedo, pela diretora de Planejamento e diretora interina de Engenharia, Ana Carolina Vasconcelos, e equipe de engenheiros e técnicos da empresa, puderam analisar os precários procedimentos usados pelos profissionais durante uma operação.
Após, seguiram a pé pela linha férrea, num percurso de quase dois quilômetros, passando pelas principais paradas, como a da Portinha, Curvelo e Largo dos Guimarães. A caminhada com os engenheiros prosseguiu até o Largo das Neves e a estação final, de integração com o bondinho do Corcovado, Silvestre.
A visita foi encerrada na garagem dos bondes (administração/manutenção e museu), onde se observou uma grande precariedade nas instalações e de equipamentos. Com os bondes na garagem, analisaram a total falta de condição para seu funcionamento, com bondes novos canibalizados, e toda estrutura mecânica.
Além disso, foram observados erros de projeto e muitos funcionários reclamaram que são obrigados a comprar ferramentas com o próprio dinheiro. "Escolhemos a Carris para esta avaliação porque eles possuem competência técnica e prática, já que possuem um sistema público em pleno funcionamento com responsabilidade e segurança aos usuários, comunidade e funcionários", explicou a diretora Ana Carolina, ao ressaltar que o papel da Carris não é o de execução do projeto e sim o de colaborar na elaboração dos mesmos.
Fonte: http://odia.ig.com.br/portal/rio/html/2 ... 01001.html